Operação Acesso Negado: vazamentos contribuíram para destruição de provas, diz PF

Polícia Federal quer saber dados sigilosos da investigação estavam sendo repassados aos investigados

A Polícia Federal afirmou, durante entrevista coletiva sobre a Operação Acesso Negado, que o vazamento e repasse de informações a investigados na ação deflagrada na manhã desta terça-feira (18/08), contribuiu para a destruição de provas que ajudariam a esclarecer o esquema alvo de investigação na Operação Delivery, que apura suspeitas de desvio de recursos do Fundeb em União (PI).

O chefe da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros, delegado Allan Reis de Almeida, mencionou, na coletiva, fato que chamou de “peculiar”.

“Na data que a gente protocolou um dos pedidos à Justiça, nesta data os investigados foram informados que haveria operação policial. A gente acredita que não é mera coincidência. Na data em que a polícia fez o pedido, os investigados tomaram conhecimento. O que prejudica bastante o trabalho policial. Houve destruição de provas, celulares foram descartados, tudo isso tem uma repercussão absurda no trabalho da polícia”, explica.

Na operação de hoje cedo, foram cumpridas ordens judiciais de busca e apreensão contra advogados, e um mandado de prisão preventiva contra o jornalista Tony Trindade, suspeito de monitorar investigação e orientar depoimentos de investigados e testemunhas, para que fossem convergentes.

Segundo o delegado, além de tentar identificar se há participação de servidores públicos no vazamento destas informações, a Polícia Federal quer ainda saber por que esses dados estavam sendo apresentados aos investigados.

Sobre a prisão preventiva, o coordenador da operação diz que as ordens solicitadas à Justiça são “necessárias para preservar a investigação na Operação Delivery, quanto à colheita de provas que ainda estão ocorrendo”.

Prisão do jornalista

Tony Trindade foi preso em sua residência, em Teresina. Seu sítio, localizado no município de Monsenhor Gil, também foi alvo da PF para cumprimento de mandado de busca e apreensão.

“Esse jornalista estava monitorando a investigação e obtendo informações de caráter sigiloso, tendo acesso ao processo, orientando um dos investigados para que se reunisse com testemunhas e outros investigados para que apresentassem depoimentos convergentes, o que demonstra claramente a intenção de manipular possíveis provas a serem juntadas no inquéritos. Ele [jornalista] fala, durante material arrecadado, em atos intimidatórios. É uma palavra forte de você falar, que vai realizar atos intimidatórios, no intuito de minimizar a repercussão das investigações. A investigação ainda vai tentar identificar que atos intimidatórios eram esses, se eram atos para intimidar a polícia, a população, isso deve ser esclarecido ainda”, narra o delegado Allan Reis sobre as suspeitas contra Tony.

 

180graus.com

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