A importância da escolha do professor orientador na graduação

 

Direito Educacional: ensino superior.

Uma das coisas que me intrigou durante a graduação, foi a escolha do professor orientador para apresentação do trabalho de conclusão de curso (TCC).

Fui aquela aluna difícil. Fiz muitas críticas aos posicionamentos dos meus professores. Fui até chamada na sala da direção para receber uma repreensão. Com isso, aprendi que devemos tomar cuidado com adjetivos depreciativos em nossas opiniões públicas.

Agora que aquela ansiedade da graduação passou, fico refletindo sobre muitos posicionamentos que tive naquela época.

Em uma dessas reflexões, cheguei à conclusão do quão importante é que o professor orientador esteja vinculado com a nossa posição profissional.

Parece meio obvio, mas é que durante a graduação, quando vamos escolher um professor orientador, o critério de escolha não é bem o alinhamento de posicionamento em certo tema. Nas faculdades privadas, a escolha do tema é complicada. Se o aluno escolher um tema meio clichê, ele vai arrumar um orientador rápido para iniciar sua pesquisa acadêmica. Mas se o aluno escolher um tema controverso socialmente, esse aluno vai ter muita dificuldade para achar um orientador que se posicione sobre aquele tema.

O fato é que as faculdades privadas deveriam ter metodologias para guiar os professores orientadores diante dos projetos pesquisas de seus alunos. Passei dois anos a mais na graduação, pois precisei fazer muita pesquisa em face dessas inquietações.

Direito não foi minha primeira faculdade. Já havia feito um projeto pesquisa na Fatec, na área da Logística Reversa. Assim, tive capital cultural para comparar a disciplina de metodologia e pesquisa de uma faculdade pública e de uma faculdade privada.

Na faculdade privada, existe um certo limite invisível nos temas propostos pelos professores. Assim, só é desenvolvido aquilo que é permitido. Quem propõe o que deve ou não deve ser pesquisado? A mão invisível do poder econômico, como diria Adam Smith.

Em síntese, escolha um professor-orientador que esteja em sincronia com a sua advocacia. Críticas ao posicionamento dos professores são necessários, mas lembre-se que existe hora certa para isso. Na hora de elaborar suas críticas, seja ético e formal, para não parecer inconveniente. No direito, não existe somente um lado; para pesquisar um tema, saiba entender o lado oposto ao seu posicionamento. Entenda o pensamento tradicional, para depois poder comparar o tradicional com o contemporâneo.

 

Veja Também

Rafael Horn destaca protagonismo feminino na posse da diretoria do IAPE

O protagonismo feminino foi destacado pelo vice-presidente nacional da OAB, Rafael Horn, durante a abertura …