segunda-feira , abril 29 2024

OAB vê ‘clara tentativa de criminalização da advocacia’ em fase da Lava Jato que fez buscas contra advogados

Operação investiga escritórios de advocacia suspeitos de desviar recursos do Sistema S do Rio de Janeiro.

A Ordem dos Advogados do Brasil criticou a Operação Lava Jato desta quarta-feira (9), que teve como alvos advogados suspeitos de participar de esquema de desvios no Sistema S do Rio de Janeiro — que engloba Fecomércio, Sesc e Senac. A ação foi vista pela OAB como “uma clara iniciativa de criminalização da advocacia brasileira” .

A Operação E$quema S investiga desvios de pelo menos R$ 150 milhões do Sistema S do RJ por escritórios de advocacia no Rio e em São Paulo. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), alguns dos pagamentos foram “sob contratos de prestação de serviços advocatícios ideologicamente falsos”, sem contratação formal e sem critérios técnicos, como concorrência ou licitação.

O juiz federal Marcelo Bretas expediu 50 mandados de buscas e apreensões e aceitou a denúncia do MPF, tornando rés 26 pessoas — entre eles os advogados Ana Tereza Basílio (Wilson Witzel) e Cristiano Zanin e Roberto Teixeira (Lula). Frederick Wassef (que representou a família Bolsonaro) foi alvo de buscas, mas não foi denunciado. Não há mandados de prisão.

Zanin afirmou que todos os serviços prestados pela seu escritório à Fecomércio-RJ estão “devidamente documentados em sistema auditável”. Procurados pelo G1, outros citados na operação não haviam se manifestado até as 12h40.

Em nota, a Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia e pela Procuradoria Nacional de Defesa das Prerrogativas do Conselho Federal da OAB dizem que “o processo de criminalização da advocacia, que desrespeita as prerrogativas, é ditatorial e atenta contra o Estado de Direito e à Democracia. Não há estado democrático sem uma advocacia livre”.

Os grupos afirmam ainda que vão adotar medidas administrativas e judiciais, de natureza civil e penal, “contra os que se lançam e insistem em criminalizar a advocacia brasileira”.

Nota da Fecomércio-RJ

A Fecomércio-RJ afirmou que a administração eleita em abril de 2018 está “totalmente comprometida com o esclarecimento dos fatos e vem colaborando com as autoridades para que a investigação possa ser realizada da melhor forma”.

G1

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