Júri de acusados de matar família carbonizada no ABC é marcado

Filha do casal está entre os réus assim como a namorada dela e outros dois homens. Julgamento do 5º acusado ainda não tem data

A Justiça definiu a data do júri popular de quatro dos cinco acusados de participação na morte de família carbonizada no ABC Paulista, ocorrida em janeiro de 2020. O juiz Lucas Tambor Bueno, do Fórum de Santo André, marcou o julgamento para o dia 21 de fevereiro de 2022 às 13h30.

A morte do casal de empresários Romuyuki e Flaviana Gonçalves e do filho deles, Juan Victor, de 15 anos, teve o envolvimento da filha do casal e da namorada dela.

Anaflávia Martins Gonçalves e a namorada, Carina Ramos de Abreu, foram acusadas de planejar a morte dos três integrantes da família.

As investigações apontaram a participação de mais três pessoas nos assassinatos: os irmãos Juliano Oliveira Ramos Júnior e Jonathan Fagundes Ramos, que são primos de Carina, e Guilherme Ramos da Silva.

De acordo com a polícia, a filha do casal e a namorada informaram aos três suspeitos que havia R$ 85 mil na casa e ajudaram o trio a entrar na residência.

No dia do roubo, segundo a denúncia feita pelo Ministério Público, os assaltantes não encontraram o dinheiro e, depois de ameaçar as vítimas, decidiram matá-las.

Os corpos do casal e do adolescente foram colocados dentro do carro da família e levado para uma estrada de terra em São Bernardo do Campo. O veículo foi incendiado e as vítimas carbonizadas.

Júri

Na decisão, o magistrado destacou que “a imputação de três crimes de homicídio multiqualificado, três crimes de ocultação de cadáver, roubo circunstanciado e associação criminosa é gravíssima e demonstra comportamento incompatível com o convívio em sociedade, não se admitindo a concessão de qualquer benefício liberatório a quem responde por tão graves condutas”.

Apenas o júri de Guilherme ainda não tem data para acontecer. A defesa do reú entrou com recurso para absolvição, mesmo antes do julgamento. Os advogados alegam que não há provas da participação dele no crime. Enquanto o recurso é analisado, ele não poderá ser julgado.

O caso

Com a quebra de sigilo de contas na internet e conversas entre o casal por um aplicativo de mensagens, a Polícia Civil descobriu que Anaflávia e Carina fizeram pesquisas relacionadas aos assassinatos.

Elas pesquisaram termos referentes ao seguro de vida de Romuyuki, como “seguro de vida cobre quais mortes”, “seguro de vida por morte assassinato”, “segurado de homicídio”. As pesquisas foram feitas pelo celular da filha em 24 de dezembro de 2019, cerca de um mês antes do crime.

No dia 30 de dezembro, o casal pesquisou sobre a compra de um carro de luxo, apesar de estarem endividadas. Dois dias antes dos assassinatos, Carina também fez pesquisas para reformar o piso de uma casa. A metragem e a descrição da planta é compatível com o imóvel onde a família foi morta, o que indica a intenção de se apossarem da casa.

O assassinato da família foi descoberto em 28 de janeiro. Anaflavia e Carina foram presas um dia depois por serem suspeitas do crime.

Jonathan Fagundes Ramos, Guilherme Ramos da Silva e Juliano Oliveira Ramos Junior tiveram a prisão decretada poucos dias depois.

R7

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