segunda-feira , abril 29 2024

Advogado aborda arbitragem da Embraer após desistência de acordo da Boeing

Guilherme Amaral explica que o principal desafio será estabelecer se a Embraer deu ou não causa à ruptura.

Após a Boeing anunciar que desistiu de acordo, a Embraer informou, nesta segunda-feira, 27, que já iniciou procedimentos de abertura de arbitragem. O acordo previa formação de uma joint venture com 80% de participação da empresa estadunidense e 20% da brasileira.

A justificativa da Boeing para a desistência foi que a empresa brasileira “não atendeu às condições necessárias”.  O acordo entre as empresas foi anunciado por US$ 4,7 bilhões em julho de 2018 e o fim das conversas deixa a empresa brasileira em situação delicada.

A Embraer não disse, até o momento, se irá processar a Boeing também judicialmente. Ao analisar a situação, o advogado Guilherme Amaral, do escritório ASBZ Advogados, explica que o contrato entre as empresas é muito complexo e o principal desafio na arbitragem será “estabelecer se a Embraer deu ou não causa à ruptura, se deixou de cumprir alguma de suas obrigações e, se não, qual seria o valor da indenização pela ruptura do contrato”.

Diante da atual crise no setor aéreo global em decorrência da pandemia, o advogado pondera que, se a Embraer já estava buscando parceiros para sobreviver antes da crise, “é de se imaginar que com anos difíceis pela frente na aviação ela tenha ainda mais a necessidade de se aliar a alguém. O próprio governo brasileiro já sugere que um dos caminhos é a China”.  Para o advogado, a Embraer está mais bem posicionada que a Boeing no atual cenário devido aos seus modelos de aviação.

“A Embraer, em tese, está melhor posicionada que a própria Boeing para esse momento pois é de se imaginar que a demanda por aeronaves, quando existir, esteja mais concentrada em aviões menores e eficientes. E o avião de menor porte da Boeing, seu grande sucesso de vendas que é o 737, passa por um momento crítico.” 

Na visão do causídico, a Embraer deve continuar sendo um ativo interessante ainda que “o interesse por investimentos no setor da aviação deva sofrer impacto relevante em razão da pandemia do coronavírus”.

 

Migalhas

Veja Também

Fux pede vista e interrompe julgamento da desoneração da folha

Cinco ministros votaram a favor para manter suspensão da medida O Supremo Tribunal Federal (STF) …