Setores produtivos do Estado criticam novo Plano Diretor de Teresina

Empresários de diversos segmentos econômicos de Teresina fazem duras críticas ao novo Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT), proposto pela Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação (SEMPLAN), previsto para ser discutido em audiência pública nos dias 23 e 24 de outubro e votado na Câmara Municipal até o final deste ano.

Segundo o presidente do Movimento Empreender Piauí (MOVE), Arthur Feitosa, o PDOT vem para prejudicar a indústria da construção civil favorecendo a ilegalidade na ocupação de áreas em Teresina. “Essa nova lei do Plano Diretor de Ordenamento Territorial só vai atrapalhar a indústria da construção civil, contribuindo para a criação de novas invasões na cidade, inviabilizando economicamente a implantação de novos projetos de loteamentos e desmembramentos, além de uma série de restrições que vai interferir diretamente no crescimento econômico da capital”, afirma.

Ainda de acordo com Arthur Feitosa, o desenvolvimento da capital tem acontecido de forma contrária, principalmente quando comparada a cidade vizinha de Timon-MA, que possui um crescimento econômico maior do que a segunda maior cidade do estado do Piauí, que é Picos. O presidente também pondera que a implantação de novas incorporações imobiliárias tornará mais caro o m² da construção em Teresina.

“Comparativamente o m2 de construção em Teresina já é mais caro que em Fortaleza, nossa cidade vizinha. Mas, o que nos deixa estarrecidos é que o m2 de construção em Teresina é mais caro que em Lisboa, capital de Portugal, país da Europa. A Prefeitura deveria estar trabalhando para quebrar as barreiras existentes e assim baratear o m2 de construção em Teresina.  Assim criaria oportunidades de empregos para a população local”, afirmou o presidente do MOVE PI.

A Associação Industrial do Piauí (AIP) também se posicionou contra o plano diretor, destacando que a nova proposta influenciará diretamente nos empreendimentos previstos para capital de forma negativa. O presidente da AIP, Andrade Júnior, afirma que o novo PDOT só visa a arrecadação. “O novo PDOT só trará prejuízos para o setor industrial impactando de forma negativa na economia da capital. Infelizmente, a Prefeitura não está pensando no bem estar da população e sim na grande arrecadação que terá com essa nova lei “, afirma.

Com o novo PDOT, a Prefeitura de Teresina utilizará a outorga onerosa que reconhece a separação entre o direito de propriedade e o direito construtivo, atribuindo ao poder público a propriedade sobre os direitos construtivos de quem tem interesse de realizá-los na zona urbana. Na análise dos empresários, a outorga onerosa será utilizada como regulamentação habitacional, gerando grandes índices de cobranças para população que possui rendimento per capito baixo, levando para exclusão do acesso a casa própria e a não geração de empregos para população.

O Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Piauí (CRECI-PI) também está acompanhando a discussão e acredita que a proposta não é benéfica para o setor produtivo. O presidente Nogueira Neto critica a extinção do Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU) para criação da Comissão Técnica Multidisciplinar que será composta apenas por funcionários da Prefeitura. Ainda segundo o gestor, a própria gestão municipal é responsável por toda a desordem habitacional da cidade.

“O governo do PSDB já está há 30 anos na gestão e nunca fizeram políticas habitacionais para capital, pelo contrário, incentivaram a criação de novas invasões com a implantação do projeto Vila Bairro, onde a Prefeitura disponibilizava materiais para construção de casas de taipas surgindo novas vilas na cidade sem infraestrutura e saneamento básico digno para população”, pontuou Nogueira.

A nova lei do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) é composta por 200 artigos que, segundo o presidente do CRECI-PI, Nogueira Neto, precisam ser revistos por haver uma interpretação múltipla, fazendo com que os órgãos interpretem de forma diferente e executem seus trabalhos de forma não unificada.

Ascom

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