EMPREENDEDORISMO | Pesquisa aponta efeito da pandemia nos negócios de impacto social; 52% vivenciaram a crise como oportunidade para crescer

Conduzido pela Pipe.Labo, o Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental – pesquisa quantitativa referência no ecossistema – chega à terceira edição. No mapeamento, que é realizado desde 2017, estão análises evolutivas e desafios do setor de 1.300 empresas; evolução do perfil do empreendedor e do negócio em cada fase da jornada; demandas não atendidas e ajudas pedidas pelo empreendedor; acesso a recursos financeiros e não financeiros; tecnologias emergentes e a usabilidade para alcançar melhores resultados; visão de futuro e aumento de recursos para o setor; cases de negócios de impacto socioambiental por verticais; e uma radiografia completa do ecossistema.

Um dos recortes foca nos efeitos da pandemia nos negócios de impacto social do Brasil: enquanto 6% das empresas sucumbiram à crise, 52% dos negócios vivenciaram o período como uma oportunidade. A íntegra do Mapa 2021 pode ser acessada no site: https://mapa2021.pipelabo.com/

São Paulo, 2021 | A terceira edição do Mapa de Negócios de Impacto Socioambientais, a maior pesquisa nacional do mercado de impacto, traz uma visão inédita dos efeitos da pandemia da Covid-19 no pipeline. O levantamento mostra que a despeito da dificuldade de se mapear a taxa de mortalidade das empresas do ecossistema foi possível constatar que alguns empreendedores encerraram as atividades. Contudo, há uma surpresa no número de negócios que desenvolveram novas soluções para as demandas do contexto brasileiro sanitário, que funcionou como um divisor de águas do negócio: de um lado, 6% das empresas sucumbiram à crise; de outro, 52% dos negócios a vivenciaram como uma oportunidade.

 

“É interessante notar que 30% dos negócios de impacto socioambiental registraram queda nas vendas e 7% tiveram as faixas de faturamento reduzidas. A combinação das informações indica que as quedas tenham sido pequenas, sem alteração nas faixas. Uma hipótese é que isso ocorreu em um período do ano, e a recuperação, em outro, na sequência; ou, ainda, que se trata de expectativas de crescimento de vendas que foram frustradas pelo cenário. Vinte e cinco por cento dos negócios apontaram a dificuldade de acesso ao capital, fenômeno que já havíamos observado em outros estudos; não podemos esquecer dos desafios corriqueiros para financiar os negócios de impacto, algo que, provavelmente, agrava-se na crise”, afirma Lívia Hollerbach, uma das coordenadoras da pesquisa.

Segundo Mariana Fonseca, também coordenadora do estudo, a medida mais comumente adotada pelos empreendedores foi a de implementar novas ações de marketing e promoção do produto/serviço (25%). Em conjunto com a abertura de novos canais de venda – índice de 20%, terceira medida mais mencionada –, os dados indicam que as mudanças impostas pelos distanciamentos na forma de se vender, que beneficiaram varejistas on-line, também parecem ter ressoado entre os negócios de impacto, que buscaram inovar na forma de chegar aos clientes. “Em seguida, a redução de contas e/ou despesas administrativas, com índice de 25%, e as mudanças nos planos de expansão (18%) apontam para a maturidade dos negócios, que tomaram medidas que são vistas em toda a economia durante os períodos de crise”, detalha Mariana.

Um dos exemplos para transformar a crise sanitária em oportunidade de negócio e de impacto é o da Fleximedical – empresa de São Paulo fundada por Iseli Yoshimoto Reis, Santiago Garcia Caro Cenjor e Julia Adati. Diante das dificuldades que os cidadãos brasileiros enfrentam para acessar serviços de saúde, sobretudo os moradores em áreas rurais, a empresa transformou carretas, vans e contêineres em unidades móveis de saúde que podem comportar de consultórios médicos a salas de exames e, inclusive, centros cirúrgicos. Os empreendedores expandiram as operações, criaram produtos e adaptaram diversas unidades para atender hospitais de campanha e outros clientes.

Mapa mostra que, assim como a Fleximedical, 80% dos empreendedores esperam crescer em 2021 – o que revela, sobretudo, o espírito desse profissional do impacto: confiante em superar mais um desafio e fazer crescer seus projetos. A resposta mais escolhida sobre os impactos da pandemia para os negócios aponta para a mesma direção: 52% disseram ter vivido a crise como uma oportunidade de desenvolver e lançar produtos e serviços para alcançar novos mercados.

A íntegra do Mapa 2021 pode ser acessada no site: https://mapa2021.pipelabo.com/

METODOLOGIA | MAPA DE NEGÓCIOS DE IMPACTO SOCIOAMBIENTAL

Estudo conduzido para acompanhar a evolução do pipeline de negócios de impacto positivo no país e destinado a referenciar o retrato atual do setor, o Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental teve a primeira edição em 2017 e é atualizado a cada dois anos. A pesquisa é elaborada com uma chamada nacional para que empreendedores – que lideram negócios de impacto socioambiental – façam um cadastramento ou atualizem dados na plataforma da Pipe.Social; a coleta de dados do Mapa 2021 foi realizada de 1º de dezembro de 2020 a 15 de fevereiro de 2021.

Com o apoio de 62 organizações do ecossistema, a terceira edição do Mapa alcançou 1.300 cadastros on-line com dados autodeclarados por meio de um questionário de 60 perguntas. Para a análise dos dados e elaboração do relatório final, o levantamento contou com uma desk research sobre avanços do setor no Brasil e dados de investimento de impacto no globo, assim como sessões de análise com os patrocinadores e especialistas do campo. A infografia e os dados gerais têm como base 1.272 negócios de impacto operacionais – 28 negócios mapeados declararam fechamento de portas ou a não continuidade de suas operações em 2021. O Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental traz uma amostra não exaustiva do setor, ou seja, o empreendedor se autodefine e se reconhece como integrante desse pipeline. A margem de erro para a leitura dos dados é de 3,1 pontos percentuais; o nível de confiança é de 95% para leituras na amostra geral.

PIPE.LABO | Pipe.Social foi fundada em 2016 por Lívia Hollerbach e Mariana Fonseca, empreendedoras com a visão de mapear e fomentar o pipeline de negócios de impacto socioambiental no Brasil. Hoje, a plataforma conta com quase 5 mil negócios de impacto cadastrados e monitorados quanto ao perfil de solução, modelo de negócio e operação, à visão e medição de impacto e aos apoios buscados na jornada. Ter informações e dados qualificados sobre o ecossistema levou a Pipe a desenvolver uma visão estratégica do mercado, entendendo oportunidades e desafios reais para organizações intermediárias do setor, investidores e empreendedores. Aliando essa visão à demanda de um setor em crescimento, carente de informações, traduções e transparência – e com dados confiáveis para se comparar com ecossistemas da América Latina e dos demais países –, nasceu a Pipe.Labo, o maior centro de estudos e conhecimento aplicado sobre o mercado de impacto no Brasil. www.pipelabo.com

PATROCÍNIO | A edição 2021 do Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental é apoiada pela ENIMPACTO, Aliança pelos Negócios de Impacto, Climate and Land Use Alliance, pelo Fundo Vale, Instituto Clima e Sociedade e Instituto Sabin.

PARCEIROS | A Banca, ANDE, Anjos do Brasil, Antera GR, ARCA, Bemtevi, Bossanova, BTG, CEATS/USP, CERTI, Choice, Civi-co, Climate Ventures, Conexsus, Din4mo, Instituto Ekloos, Enactus, Founder Institute, GIFE, HUB55, Hype 50+, ICE, IDESAM, Impact Hub Brasília, Impact Hub Curitiba, Impact Hub São Paulo, Impacta Nordeste, Impactix, In3citi, Instituto Iguá, Instituto Vedacit, Instituto Votorantim, Kaleydos, Lab de Inovação Financeira, Liga Ventures, Machado Meyer advogados, NESsT, Palladium, Parsifal21, Península, Ponte A Ponte, Positive Ventures, PPA, Profile, Quintessa, Grupo Rede+, Rede Mulher Empreendedora, Rise Ventures, Sebrae, Sistema B, Sitawi, Synthase Ventures, Trê Investimentos, VOX Capital, Wylinka e Yunus Negócios Sociais.

Fonte: Frida Luna Boutique de Comunicação

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