Como saber se uma empresa está prestes a fazer demissões

Embora as restrições para conter a COVID-19 estejam começando a diminuir, a pandemia já prejudicou irreversivelmente muitos setores e empresas. Milhões de pessoas em todo o Reino Unido perderam seus rendimentos, foram dispensadas ou demitidas, enquanto as empresas lutam para sobreviver na pandemia.

No momento, a estabilidade no emprego é uma das principais preocupações dos trabalhadores. O ano de turbulência econômica causada pela pandemia registrou 693 mil demissões, sendo que os trabalhadores com até 25 anos de idade representam 60% desse número.

Os cortes de empregos podem ser óbvios, principalmente quando a empresa vem enfrentando dificuldades financeiras há algum tempo. No entanto, os sinais de alerta também podem ser mais sutis, como rumores sobre dificuldades financeiras ou aquele pressentimento de que algo está errado.

Embora a demissão possa ser inevitável no seu cargo atual, detectar os sinais pode ajudar você a se preparar para quando chegar a hora. Então, como saber se haverá cortes de empregos e o que é possível fazer a respeito?

“Os empregadores devem ser cautelosos em relação às demissões se estiverem pensando em dar esse passo. É preciso considerar que os funcionários já estão nervosos por causa da pandemia e podem interpretar as ações dos empregadores como o pior cenário possível, mesmo que a intenção não seja essa”, comenta Alan Price, CEO da BrightHR.

“Por exemplo, um sinal de alerta pode surgir quando os funcionários reintegrados ao trabalho após meses de licença percebem que os gerentes estão fazendo reuniões com frequência, que os bônus foram suspensos, os aumentos salariais estão congelados e não há contratações”.

A ausência de processos de recrutamento também pode ser um sinal de que a empresa está passando por dificuldades financeiras. Embora alguns cargos possam levar mais tempo para ser preenchidos, vagas que permanecem sem ocupar por longos períodos podem indicar que a empresa planeja fazer demissões, ainda que não seja no futuro imediato.

Cortes de custos também podem ser um sinal de demissões iminentes. Embora seja normal e até uma prática recomendada para as empresas, o corte de custos repentino, que afeta a capacidade de trabalhar, pode ser um sinal dos tempos difíceis que estão por vir.

Além disso, em caso de fusão ou aquisição, a sobreposição de funções ou responsabilidades nas duas empresas pode significar a demissão de uma das equipes.

Os líderes ou gerentes mais experientes da empresa podem pedir demissão antes de serem dispensados porque estão mais conscientes da gravidade da situação.

Por fim, se você sentir que está recebendo menos responsabilidades ou que está por fora das informações, pode ser um sinal de que sua função será eliminada. Estar alerta para conversas sigilosas da gerência pode ajudar a descobrir se seu trabalho está em risco e ganhar tempo para ser preparar.

No entanto, Price diz que os empregadores devem tomar cuidado com os boatos. “Provavelmente, o funcionário comentará o assunto com outros membros da equipe”, diz ele.

“Os empregadores devem dissuadir os boatos, criando uma política de portas abertas para esse tipo de assunto. A melhor maneira de eliminar boatos é estar sempre um passo à frente, portanto, para evitar que esse tipo de fofoca seja confundido com a verdade, é bom que os empregadores conversem com a equipe sobre possíveis planos de demissão”.

Identificar alguns desses indícios não garante que seu trabalho esteja em risco. No entanto, quem acha que pode ser demitido pode seguir algumas dicas para se preparar com antecedência.

Se você acha que seu emprego está em risco, verifique seu contrato de trabalho para ver quais são seus direitos em relação a pagamentos e aviso prévio. No Reino Unido, esse cálculo pode ser feito no site Direct.gov e geralmente os funcionários que trabalham para o mesmo empregador há pelo menos dois anos têm direito à indenização.

Também vale a pena procurar outro emprego, aprimorar o currículo e se candidatar a novas vagas, já que as pesquisas indicam que é mais fácil conseguir um novo emprego enquanto você ainda está empregado. Em 2017, economistas da Columbia University e dos Bancos Centrais de Nova York e Chicago examinaram as atividades de busca de emprego de 2.900 pessoas com idades entre 18 e 64 anos, exceto autônomos. Quem ainda estava empregado tinha quatro vezes mais probabilidade de receber uma resposta positiva dos empregadores do que os candidatos desempregados.

De acordo com Price, falar com o chefe sobre a preocupação com a demissão pode ser uma boa ideia para ficar mais tranquilo. Além disso, é provável que a reação dele dê indícios para você chegar a uma conclusão.

“Incentivar o diálogo pode contribuir para dissipar boatos falsos. Nas reuniões, os empregadores devem ser totalmente honestos em relação à posição da empresa, encarar esse sinal de alerta de que os funcionários estão preocupados e tomar as medidas necessárias para resolver a situação”, conclui.

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