Alcolumbre pode adiar sabatina de Mendonça para 2022 e inviabilizar indicação de Bolsonaro ao STF

Após ser atacado pelo presidente Jair Bolsonaro, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) deve adiar ainda mais a sabatina de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Como daqui a dois meses o Congresso entra em recesso, a aprovação do indicado por Bolsonaro deve ficar para o ano que vem. Uma das apostas é que o ano eleitoral inviabilize de vez o nome de Mendonça.

Aliados de Alcomumbre admitem que o presidente, com baixa nas pesquisas, não terá forças no Parlamento para “enfiar seu candidato ao Supremo goela abaixo no Senado”, afirmou um líder partidário à colunista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

Ministros de Bolsonaro e integrantes do Palácio do Planalto dão como certa a rejeição do nome do ex-advogado-geral da União no Senado Federal. O próprio Alcolumbre teria dito a aliados que tem 50 votos para derrotar Mendonça.

Além disso, membros do governo ligados ao Centrão trabalham fortemente contra a nomeação de André Mendonça. O argumento é de que o escolhido por Bolsonaro é lavajatista e prejudicará a classe política ao vestir a toga.

Aliados de Jair Bolsonaro intensificaram ataques e a pressão para que Alcolumbre, presidente da CCJ, marque a sabatina. Nesta semana, líderes evangélicos ameaçaram fazer campanha contra ele no Amapá alegando que persegue os religiosos ao não permitir que o “terrivelmente evangélico” Mendonça seja votado.

Bolsonaro tem pressionado Alcolumbre e chegou a afirmar que ele joga fora das “quatro linhas da Constituição”.

O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) marcou um encontro entre Alcolumbre e seu pai. Mas Alcolumbre teria sinalizado a aliados que pode desistir da conversa após a declaração de Bolsonaro.

senador disse que não vai aceitar “ser ameaçado, intimidado, perseguido ou chantageado”. Ele negou também ter condicionado a sabatina de Mendonça a uma “troca de favores” com o governo e falou em guerra religiosa, já que ele é judeu.

“Tenho sofrido agressões de toda ordem. Agridem minha religião, acusam-me de intolerância religiosa, atacam minha família, acusam-me de interesses pessoais fantasiosos. Querem transformar a legítima autonomia do presidente da CCJ em ato político e guerra religiosa”, disse o senador por meio de nota.

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