A tarde do último domingo (5) deveria ter sido marcada por um clássico do futebol mundial, entre Brasil e Argentina, mas o que chamou atenção do público foi que o jogo nunca aconteceu. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) paralisou o evento esportivo, já com a partida em andamento, sob a alegação de que quatro jogadores argentinos não poderiam estar em campo.
Ao longo das últimas horas, muitas informações novas aparecem e esclarecem a situação. A Anvisa fala em documentação falsificada pelos argentinos, enquanto a AFA (Federação Argentina de Futebol) diz estar respaldada por uma regra da Conmebol
Veja o que se sabe até agora sobre o ocorrido:
Quem eram os jogadores que não poderiam estar em campo
- Emiliano Martínez, do Aston Villa
- Emiliano Buendía, do Aston Villa, que ficou de fora do jogo
- Cristian Romero, do Tottenham
- Giovani Lo Celso, do Tottenham
Os jogadores não chegaram diretamente do Reino Unido, o que dificultou a identificação de que eles teriam mentido no documento. Antes de chegar ao Brasil, a Seleção Argentina estava na Venezuela, onde jogou contra a equipe local e venceu por 3 a 1.
Por que eles não poderiam estar em campo?
Uma portaria interministerial, assinada em 23 de junho de 2021 pelas pastas da Casa Civil, Saúde e Justiça e Segurança Pública, determina que viajantes que chegam ao Brasil com passagens por Reino Unido, África do Sul, Índia e Irlanda do Norte devem fazer quarentena de 14 dias.
Os atletas não foram deportados, como a Anvisa tinha pedido, tampouco foram autuados. Mas os quatro já estão de volta à Argentina.
O que diz a Anvisa?
Em entrevista à TV Globo, o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, citou que os argentinos haviam falsificado documentos. A declaração dizia que eles não tinham passagem por países que estão na lista vermelha do Brasil – como é o caso do Reino Unido.
Nesta segunda-feira (6), o jornalista Octávio Guedes, do G1, divulgou um documento em que a Anvisa afirma que os documentos com declarações falsas foram preenchidos por Fernando Ariel Batista, membro da delegação da Argentina.
O jornalista revelou que, segundo a Anvisa, tudo começou com um rumor, de que os quatro jogadores argentinos teriam entrado de forma irregular. Quando o problema foi confirmado, a Anvisa teria entrado em contato com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para informar sobre o problema.
A CBF, então, teria informado a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). “O chefe de equipe da seleção argentina, assim como membros da Conmebol e CBF foram notificados sobre a ocorrência, tendo recebido a orientação de que os 4 jogares em questão deveriam permanecer nos seus referidos quartos, não podendo participar do treino na Arena Neo Química, previsto para as 18h30 de sábado”, diz o documento da Anvisa, revelado pelo G1.