quinta-feira , março 28 2024

MPF denuncia Wilson Witzel, esposa e mais 10 por organização criminosa.

Publicado originalmente na CNN.

O MPF (Ministério Público Federal) apresentou nesta segunda-feira (14) uma nova denúncia contra o governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).

Ele é suspeito de chefiar a organização para desviar recursos destinados à Saúde do estado.

Em nota, o governador afastado Wilson Witzel afirmou que “trata-se de um vazamento de processo sigiloso para me atingir politicamente”.

“Reafirmo minha idoneidade e desafio quem quer que seja a comprovar um centavo que não esteja declarado no meu imposto de renda, fruto do meu trabalho e compatível com a minha realidade financeira”, argumenta.

Além de Witzel, foi denunciada a sua mulher, Helena Witzel, e outros dez: Pastor Everaldo, Edmar Santos, Lucas Tristão do Carmo, Gothardo Lopes Netto, Edson da Silva Torres, Victor Hugo Amaral Cavalcante Barroso, Nilo Francisco da Silva Filho, Cláudio Marcelo Santos Silva, José Carlos de Melo e Carlos Frederico Loretti da Silveira.

Para a subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, que assina a peça, eles atuavam da mesma maneira que os últimos dois ex-governadores, Luiz Fernando Pezão (MDB) e Sérgio Cabral (MDB), com a divisão de tarefas em quatro núcleos: econômico, administrativo, financeiro-operacional e político.

“A organização criminosa chefiada por Wilson Witzel é lastreada em três principais pilares, liderados por Mário Peixoto; Pastor Everaldo, Edson Torres e Victor Hugo; José Carlos de Melo”, escreve ela na peça. O grupo teria iniciado as atividades criminosas em 2017, com a cooptação de Witzel para concorrer ao governo, quando teria recebido, ainda quando era juiz federal, quase R$ 1 milhão.

A denúncia diz ainda que cabia a Pastor Everaldo, presidente do PSC, indicar as empresas e os agentes que permitiram fraudes, desvios de dinheiro e posterior lavagem de capitais.

“Visando o total aparelhamento estatal, partiu do grupo do Pastor Everaldo a indicação do nome de Gabriell Neves, ex-subsecretário executivo de Saúde, um dos responsáveis pelos milionários desvios na pasta”, aponta Araújo.

“O grupo instituiu um esquema de geração de uma espécie de ‘caixinha’ para pagamentos de vantagens indevidas aos agentes públicos da organização criminosa, principalmente por meio do direcionamento de contratações de organizações sociais e na cobrança de um ‘pedágio’ sobre a destinação de restos a pagar aos fornecedores”, descreveu.

Em nota, a defesa do presidente nacional do PSC afirma que”ainda não teve acesso à integra da investigação e da delação que embasaram sua prisão, ocorrida há 20 dias”.

” A defesa informa que a nova de denúncia não está juntada aos autos processo e que não comentará trechos de processo que corre em segredo de Justiça “, completa o posicionamento.

Witzel já havia sido denunciado no último dia 29 por suspeita de receber R$ 554 mil como propina em contratos com o governo do Rio.

Íntegra do posicionamento do governador afastado Wilson Witzel

“Mais uma vez, trata-se de um vazamento de processo sigiloso para me atingir politicamente. Reafirmo minha idoneidade e desafio quem quer que seja a comprovar um centavo que não esteja declarado no meu Imposto de Renda, fruto do meu trabalho e compatível com a minha realidade financeira. Todo o meu patrimônio se resume à minha casa, no Grajaú, não tendo qualquer sinal exterior de riqueza que minimamente possa corroborar essa mentira. O único dinheiro ilícito encontrado, até agora, estava com o ex-secretário Edmar Santos.”

Íntegra do posicionamento do presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo

A defesa do Pastor Everaldo esclarece que ainda não teve acesso à íntegra da investigação e da delação que embasaram sua prisão, ocorrida há 20 dias. A defesa informa que a nova de denúncia não está juntada aos autos processo e que não comentará trechos de processo que corre em segredo de Justiça. O Pastor Everaldo, que sempre esteve à disposição das autoridades, reitera sua confiança na Justiça e na sua libertação.

 

Jus Brasil

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