Após decisão judicial, SP terá tropas especiais e drone em 7 de setembro

Para o secretário de segurança, ideal seria que manifestações ocorressem em dias separados para “segurança à população”

Após uma decisão judicial que autorizou a manifestação de grupos de oposição no feriado do Dia da Independência, em 7 de setembro, o secretário de segurança do estado de São Paulo, general João Camilo Pires de Campos, afirmou nesta quarta-feira (1º) que serão utilizadas tropas locais e especiais, com apoio dos drones.

“São dois grupos com propósitos distintos. Na nossa orientação, o ideal é que se reunissem em dias separados para que pudéssemos dar segurança e proteger a população”, afirmou o secretário. “Houve uma decisão judicial logicamente será cumprida e os dois grupos se manifestarão no mesmo dia. Isso exigirá um esforço maior da Polícia Militar e da Polícia Civil, mas cumpriremos o nosso papel e já estamos planejando isso.”

Campos afirmou que na noite desta quarta-feira (1º) será realizada uma apresentação ao governo de São Paulo sobre os dispositos que serão utilizados. “Ainda temos alguns dias, mas estaremos com as tropas locais, especiais, com apoio dos helicópteros e drones, como fazemos nas mais variadas manifestações que já ocorreram nesses dois anos e meio. O objetivo é um efetivo condizente e coerente”, disse ele.

Decisão judicial

Na segunda-feira (30), a Justiça de São Paulo autorizou que grupos de oposição se manifestem no feriado do Dia da Independência (7), no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo. O grupo pleiteava a realização de protestos contra o governo na mesma data em que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro pretendem realizar manifestações em apoio à gestão.

“Todos que forem às manifestações tantos os que são pró-Bolsonaro quanto os que são contra serão revistados tanto no Vale do Anhangabaú quanto na Avenida Paulista serão revistados. Em hipótese nenhuma serão permitidos qualquer tipo de armamento; arma de fogo ou arma branca. Mesmo que sejam policiais aposentados serão convidados a se retirar para garantir que as manifestações sejam pacíficas e ordeiras em São Paulo”, afirmou o governador João Doria.

Segundo a decisão do juiz Randolfo Ferraz de Campos, da 14ª Vara de Fazenda Pública, está claro que ninguém tem poder para vetar reuniões, e, conforme determina a Constituição, todos podem se reunir pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização. De acordo com a ação, caberia à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo garantir o cumprimento da decisão.

A região central da capital vinha sendo disputada como espaço para a realização de manifestações públicas no feriado tanto por apoiadores do presidente Bolsonaro quanto pela oposição. De um lado, apoiadores do governo devem seguir o tom do Executivo de críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Já a oposição deve manter as críticas à atuação do governo durante a pandemia da covid-19.

Caso não haja mudança no entendimento tomado, opositores do presidente devem se reunir no Vale do Anhangabaú, enquanto que os apoiadores realizarão sua manifestação a cerca de 2,5 km dali, na Av. Paulista, região central da capital.

A fim de impedir conflito entre os grupos antagônicos, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), havia proposto, na última quinta-feira (26), que a Secretaria de Segurança Pública vetasse a realização dos protestos contra o presidente, ainda que em locais distintos.

A determinação valeria tanto para a capital quanto para outras cidades paulistas, e o secretário de Segurança Pública em exercício, coronel Álvaro Batista Camilo, disse que deve chamar os coordenadores da campanha contra o presidente para um diálogo sobre os atos.

R7

 

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