Nas redes sociais, o governador afastado Wilson Witzel atacou Carlos Alberto Chaves, testemunha no processo de impeachment
A PGR (Procuradoria Geral da República) pediu explicações à defesa do governador afastado Wilson Witzel sobre supostas ameaças feitas ao secretário estadual de Saúde, Carlos Alberto Chaves, durante uma live na terça-feira (5).
Na publicação, Witzel disse que Chaves é um “mentiroso” e que se estivesse presente na sessão do TEM (Tribunal Especial Misto), responsável por julgar o processo de impeachment, teria dado voz de prisão.
Eu queria dizer ao atual secretário de saúde do Rio de Janeiro: o senhor é um mentiroso, doutor Chaves. Desculpa. O senhor tem 70 anos de idade e tinha que ter vergonha na sua cara de ter ido até o tribunal mentir. Durante as alegações nós vamos mostrar a sua mentira. Se eu estivesse lá presente, eu pedia a tua prisão, a tua condução coercitiva para que você peça desculpas ao tribunal, porque o senhor é um mentiroso.”, disse Witzel.
Chaves prestou depoimento ao TEM para explicar a situação da Secretaria de Saúde ao assumir o cargo. Ele apontou diversos de irregularidades e alegou ter encontrado uma série de contratos precários e problemas na fiscalização das OSs (Organizações Sociais). O secretário afirmou ainda que a pandemia da covid-19 “desnudou” a situação caótica da saúde pública.
Na transmissão, Witzel contestou a fala do secretário que teria afirmado que a pasta estava “aparelhada”.
“Acontece que o seu antecessor, Alex Bousquet, foi quem modificou a estrutura da secretaria que tinha sido nomeada pelo Edmar [Santos, ex-secretário preso]. O senhor não exonerou ninguém, o senhor não está trabalhando com prata da casa, os bombeiros que estão trabalhando lá foram levados pelo coronel Bousquet e essa história da Fundação Estadual de Saúde que é ideia sua, é mentira, porque é ideia minha. Desde meu plano de governo que estamos trabalhando pra radicalizar na fiscalização das OSs e mudar as OSs pra Fundação Estadual de Saúde. Então o senhor é um mentiroso.”
Ao R7, a defesa de Witzel afirmou que o fato “réu dizer que vai usar das suas faculdades processuais” não configura ameaça já que o governador afastado teria usado o seu direito de “acesso à Justiça”.
A versão apresentada pela defesa foi reforçada por Witzel nas redes sociais.
“Esclareço que apenas e tão somente exerci meu direito sagrado de defesa diante de informações inverídicas. Informações essas que constaram de determinado depoimento. Não ameacei, nem poderia ameaçar, na medida em que o depoimento já foi prestado, em data anterior à critica que veiculei nas minhas redes sociais.”, disse Witzel.
*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa