Distrito Federal e Mato Grosso ocupam segunda e terceira colocações nesse ranking, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP)
Roraima foi o pior Estado do Brasil no combate ao coronavírus na semana encerrada no dia 14 de julho. Com o resultado, o Estado ocupa há três semanas a colocação. A informação consta no Ranking Covid-19 dos Estados, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) e obtido com exclusividade pelo Broadcast.
No segundo lugar entre os piores, aparece o Distrito Federal. Na semana encerrada no dia 1º, o DF aparecia na 18ª posição. No ranking do CLP, quanto mais alta a posição de um Estado, pior seu desempenho no enfrentamento ao coronavírus.
Considerada o epicentro do coronavírus nas últimas semanas pelo CLP e com a pior nota no ranking, a região Centro-Oeste tinha 165.211 infectados e 3.481 mortes por covid-19 até a última quinta-feira, 16, segundo o consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha de S.Paulo e UOL. No País, eram 2.014.738 infectados e 76.882 mortes.
Embora os Estados do Centro-Oeste concentrem as piores notas do ranking, a região Sul pode se tornar rapidamente o destaque negativo do país nas próximas divulgações. O CLP vê Santa Catarina e Paraná com as maiores tendências crescimento no número de casos. “Para hoje, a preocupação é o Centro-Oeste, mas para o futuro, é a região Sul”, afirma Daniel Duque, Head de Inteligência Técnica do centro.
Nascimento afirma que, embora a reabertura econômica traga sempre um impacto negativo sobre o número de casos, a gestão regionalizada e baseada em dados do sistema de saúde tem rendido efeitos positivos para os Estados que a adotam. “O Espírito Santo, por exemplo, foi o melhor colocado neste ranking e tem feito um trabalho interessante neste sentido de tomar decisões microrregionalizadas”, afirma.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), atribuiu o sucesso do Estado no ranking à matriz de risco desenvolvida pelo governo. “Tem orientado todo o nosso trabalho, com medidas qualificadas de funcionamento para cada um dos municípios, individualmente”, disse, em entrevista ao Broadcast.
Para o chefe do governo capixaba, a conduta do governo federal dificulta o combate ao coronavírus nos Estados. “É contraditória porque dão um bom apoio financeiro, por um lado, mas a ausência de uma coordenação nacional, e a conduta do presidente Bolsonaro de politizar o uso de medicamentos e de menosprezar o uso da máscara e o isolamento, são muito ruins”, afirma.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde de Goiás afirmou que o aumento de casos já era esperado e que o Estado deve atingir o pico de novos registros nos próximos dias. A pasta afirmou que a taxa de letalidade no Estado é de 2,5%, abaixo da média nacional de 3,8%, e disse que prepara a ampliação da testagem em 78 cidades consideradas estratégicas.
Os governos de Roraima, do Distrito Federal, do Mato Grosso, do Paraná e de Santa Catarina não responderam às tentativas de contato. O governo do Pará preferiu não se manifestar por não ter conseguido acesso, junto ao CLP, aos detalhes do ranking.
O Ranking Covid-19 dos Estados foi criado para avaliar comparativamente os efeitos das ações dos Estados contra a pandemia. A metodologia do CLP utiliza os mesmos critérios do Ranking de Competitividade dos Estados para sistematizar nove indicadores semanalmente. O levantamento considera a proporção de casos confirmados de covid-19, a evolução logarítmica dos casos, e a taxa de mortalidade pela doença, conforme os dados do SUS.
Para mitigar o risco de subnotificação, o ranking também leva em conta a quantidade de casos, a evolução logarítmica e a taxa de mortalidade por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), da Fiocruz. As notas dos Estados dependem, também, do Índice de Transparência da Covid-19, elaborado pela Open Knowledge Brasil, e os dados de isolamento social do Google.
Copyright © Estadão. Todos os direitos reservados.