Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), somente no primeiro semestre esse ano, foram notificados 327 casos de tentativa de suicídio na capital piauiense. Já o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) aponta que houve redução de 14% de casos de suicídios em Teresina, nos primeiros seis meses desse ano, se comparado ao mesmo período do ano anterior.
“Nesse momento, a FMS está fortalecendo a rede de saúde mental para aperfeiçoar o atendimento às pessoas que precisam desses serviços. Temos o PROVIDA, os ambulatórios e os CAPS. Mas sabemos que, com conhecimento e uma atitude acolhedora, todos podem contribuir com a prevenção do suicídio”, afirma o presidente da FMS, Charles Silveira.
O suicídio é um grave problema de saúde pública, que pode ocorrer por vários fatores e, segundo a Organização Mundial de Saúde, 90% dos casos estão atrelados a transtornos mentais. “É preciso discutir, quebrar tabus, porque não falar sobre suicídio é tão nocivo quanto falar de maneira errada. A gente não pode divulgar casos isolados, mas pode falar sobre doenças mentais e onde buscar tratamento”, explica Luanna Bueno, gerente de saúde mental FMS.
“Para combater o suicídio, é preciso que a população comece a prestar atenção no próximo. Se a pessoa fala que quer morrer, que a vida não tem sentido ou começa a se isolar, pode ser sinal de que tem algo errado. Precisamos ajudá-la, estar disposto a ouvi-la sem julgamentos. É um trabalho em conjunto, que envolve todos, inclusive a família e a rede de assistência”, explica Naiana Martins, psicóloga do PROVIDA.
Segundo o psiquiatra do CAPS e do CMAM da FMS, Francisco de Brito, a notificação dos casos de suicídio pelos serviços de saúde e escolas é fundamental. “A notificação também contribui para garantia da assistência adequada, instiga a rede de saúde a organizar mecanismos de prevenção e une vários órgãos, como saúde, educação, imprensa e política, para sensibilizar a população sobre o tema”.
Conheça a rede de assistência à saúde mental da FMS:
PROVIDA – ambulatório especializado que atende especificamente pessoas que tentaram suicídio e que fica localizado dentro do Centro de Saúde Lineu Araújo. O local funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h e atende por demanda espontânea. Recentemente, a FMS ampliou a quantidade de psicólogos e psiquiatras que atuam nesse ambulatório.
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) – atendem pessoas com transtornos mentais severos e possuem equipe composta por psiquiatra, psicólogo, enfermeiro, terapeuta ocupacional, assistente social e equipe de apoio. Nestes locais, são realizadas atividades em grupo, atendimentos individuais, oficinas terapêuticas e atendimento à família.
Unidades Básicas de Saúde – podem atender casos de transtornos mentais leves e possuem médicos e enfermeiros capacitados para esse tipo de atendimento. Se houver necessidade, na própria Unidade, a pessoa faz a marcação para se consultar com psicólogos e psiquiatras nos ambulatórios espalhados em Teresina.
SAMU 192 – Em caso de urgência psiquiátrica, como surto psicótico ou tentativa de suicídio, a população pode acionar o SAMU, por meio do número gratuito 192 ou ir por meios próprios para o Hospital Areolino de Abreu, que possui psiquiatras 24 horas e é o hospital referência em atendimento de urgência psiquiátrica. Outra opção é se dirigir aos CAPS.
Centro de Valorização da Vida (CVV) – telefone 188; Centro Débora Mesquita (CDM) – telefone: (86)99827-3343/ 98894-5742; e Grupo Apoio Contato e Esperança (GRACE) – telefone: (86)3237-0077/3237-0202 são organizações filantrópicas que contribuem com a prevenção e posvenção do suicídio em Teresina.