Paciência…

Em pleno carnaval (e nos dias logo após), vivi a experiência de ter minha paciência testada por três vezes… Primeiro, fiquei impaciente com o dono da farmácia que não encontrava o remédio que eu precisava. Até sugeri: não é mais fácil encontrar quando está tudo em ordem alfabética? Ele disse que estava, mas não conseguia encontrar… sentado na cadeira do caixa e só olhando de longe.

Depois, foi a vez de uma das mulheres com quem divido a mesa de fisioterapia, que insistia para que eu deixasse de resolver alguns problemas no celular para – pasme – falar da vida alheia. “Eu falo mesmo e duvido quem não fale”, alegou ela quando eu disse que achava isso um péssimo hábito. E olhe que não costumo ficar pendurada no celular, mas coincidiu desse dia da necessidade ser urgente e do tempo estar curto.

Por fim, precisei contar até 1000 enquanto a atendente do banco procurava em minha carteira de trabalho uma alteração que eu disse saber onde estava. Só que ela teimou em encontrar sozinha.

É… com isso eu pude sentir o quanto ainda preciso melhorar nesse quesito.

Depois, eu lembrei-me do que disse Dalai Lama: “Aprimorar a paciência requer alguém que nos faça mal e nos permita praticar a tolerância”.

Sim, preciso praticar… e muito! E talvez essas pessoas tenham surgido na minha vida para me mostrar isso. Não chega a ser como o adesivo que vi num carro que dizia: Minha paciência é igual dinheiro – não tenho e quando tenho some rápido. Mas, realmente, acredito que posso melhorar.

Afinal, eu já sei, mas devia ter assimilado melhor que é preciso ter paciência e dar tempo ao tempo, pois tudo tem seu ritmo… Devia ter aprendido que preciso ampliar minha paciência com todas as pessoas (e coisas, também). Mas, sobretudo, lembrar que preciso ter paciência comigo mesmo: sinto que a idade vai me levanto a ter um ritmo mais lento do que a minha cabeça gostaria… Ainda estou em busca do equilibrar.

Ah se eu pudesse comprar paciência… Mas é algo que precisa ser conquistado dia após dia.

É por isso que procuro não me angustiar quando em uma semana não dá para escrever o artigo que tanto gosto de fazer para compartilhar minhas experiências e aprendizados nessa minha jornada. Apenas respiro e me deixo levar pelo fluxo…

Mas, se existe uma coisa que a gente já sabe é que precisa ser sábio para cultivar a paciência. Os tolos e apressados normalmente comem a comida crua. É assim o ditado popular… Não a toa a tartaruga é símbolo de conhecimento, concentração e sabedoria.

Aliás, é bom que se diga que paciência não é segurar até não poder mais e explodir. Paciência é a arte de se liberar das cargas emocionais que são dispensáveis para manter-se em estado de paz. E para quem pensa que paciência é a capacidade de esperar, saiba: ela é mais como nos comportamos enquanto esperamos.

Na mente de quem me inspira

Acredito que todas as pessoas que, de certa forma, me inspiram, já falaram sobre a arte da paciência. Sobretudo quando se refere a nossa evolução. Eis o que relembrei:

Reforçando o que eu disse acima são as palavras de Santo Agostinho: “Não há lugar para a sabedoria onde não há paciência”.

Charles Chaplin falou: “Aprendi que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência. Mas, aprendi também, que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei”.

Já Clarice Lispector alertou: “Te­nho que ter paciência para não me perder dentro de mim: vivo me perdendo de vista”. E Cora Coralina foi certeira: “Há muros que só a paciência derruba. E há pontes que só o carinho constrói”.

No campo espiritual, Buda lembrava que “A melhor oração é a paciência” e Chico Xavier afirmava: “Em minhas preces de todo dia, sempre peço coragem e paciência. Coragem para continuar superando as dificuldades do caminho naqueles que não me compreendem. E paciência, para não me entregar ao desânimo diante das minhas fraquezas”.

Sobre a espera, Paulo Coelho avisa: “Os dois testes mais duros no caminho espiritual são a paciência para esperar o momento certo e a coragem de não nos decepcionar com o que encontramos”.

E Fabrício Carpinejar ressalta algo importantíssimo: “O problema é que a paciência parece falta de interesse”.

Resumo da ópera

Há que se ter paciência. Sempre. É ela o alicerce para a sabedoria e, por conseguinte, é parte importantíssima das nossas conquistas. Ela está lado a lado com o foco, a coragem e a persistência.

Mas, deve-se ter em mente que paciência exige atitude. Não é se deitar em berço esplêndido e ficar esperando que aquilo que almejamos caia do céu algum dia. É estar sereno enquanto aguarda o ritmo natural do universo.

Suzane Jales, Coach.

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