Os líderes da Oposição no Senado e na Câmara, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), vão apresentar requerimento para instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar se o presidente Jair Bolsonaro usou a estrutura de inteligência de Estado para proteger seus familiares.
Segundo informações reveladas pela coluna de Guilherme Amado, da revista Época, Bolsonaro teria pedido ao chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e ao diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, para encontrar provas de que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi vítima de uma organização criminosa dentro da Receita Federal.
A tese teria sido apresentada pelas advogadas do senador durante reunião no Palácio do Planalto, conforme apurou o jornalista. Elas já admitiram que entregaram documentos que provariam a existência da organização ao GSI.
O senador Randolfe Rodrigues informou ainda que a Rede estuda ingressar com mandado de segurança para pedir o afastamento de Heleno e de Ramagem dos cargos para evitar obstrução da Justiça.
“É escandaloso o uso das instituições republicanas para fins particulares, e o mais grave, para acobertar caso de corrupção”, defendeu o líder da Rede.
Molon destacou a importância da CPI para produzir provas da denúncia, além de eventualmente revelar outros fatos de “blindagem” ao filho do presidente.
“Vamos adotar medidas para requerer informações e comprovar os atos praticados pelos agentes públicos. É gravíssima a denúncia do uso do cargo público do presidente da República para pressionar subordinados seus a adotarem procedimentos para blindar os filhos”, disse Molon.
Caso a denúncia seja comprovada, os parlamentares adiantaram que vão protocolar pedido de impeachment contra Bolsonaro. Segundo os parlamentares, os fatos configuram crime de responsabilidade do presidente e improbidade administrativa de Ramagem e Heleno.
Além de Heleno, os parlamentares vão convocar o ministro da Economia, Paulo Guedes, a prestar esclarecimentos no Congresso, já que a Receita Federal é subordinada ao Ministério da Economia.
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