quinta-feira , março 28 2024

MPRJ diz que, para impedir demolição de parte da casa de Romário, Crivella ignorou parecer técnico

Prefeito atendeu pedido de Rafael Alves para impedir a demolição da casa do senador na Barra. ‘Se o senhor puder tentar segurar isso’, pediu Alves em mensagem enviada a Crivella, que respondeu: ‘Claro, amigo. Me dá o endereço’.

O empresário Rafael Alves, que é apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como operador do suposto esquema conhecido como “QG da propina”, intercedeu junto ao prefeito Marcelo Crivella para que uma casa do senador Romário no Rio não fosse demolida.

De acordo com parecer técnico, parte do imóvel localizado na Barra da Tijuca, Zona Oeste, foi construída em uma área irregular. A informação foi publicada pelo jornal O Globo. Por isso, a Secretaria Municipal de Urbanismo defendeu a derrubada da construção. De acordo com os promotores, Alves intercedeu pessoalmente junto a Crivella e impediu a demolição.

Procurada pelo G1, as assessorias de imprensa do senador Romário e da prefeitura do Rio não tinham se manifestado até 11h40.

Os promotores descobriram que, no dia 15 de março de 2018, Alves enviou mensagens a Crivella sobre o tema – o aparelho do empresário havia sido apreendido naquele mesmo mês. Também em março, um laudo da Secretaria de Urbanismo havia recomendado a demolição.

Soube agora que amanhã vão demolir a casa do Romário. Se o senhor puder tentar segurar isso. Ele me ligou aqui e foi nosso companheiro. Isso destruiria a vida dele. Ele disse que quer ir lá e regularizar o que for necessário. E com isso acaba essas brigas bobas e indiferenças. Somos pessoas de bem”, disse Alves, em mensagem.

Em um minuto, Crivella respondeu:

“Claro, amigo. Me dá o endereço”.

O empresário passa a localização da casa.

O prefeito responde: “Ok“.

Três horas depois, em mensagem enviada ao doleiro Sérgio Mizrahy, Alves afirma:

Iam demolir a casa do Romário. Não deixei. Me pediram ajuda e resolvi com o prefeito“.

Um dia após a troca de mensagens entre Alves e Crivella, o jornal “O Globo” publicou um documento endossando a demolição, deixando claro que a autorização para a demolição já havia sido publicada no Diário Oficial.

Segundo o laudo, “parte da edificação destinada à edícula não é legalizável, tendo em vista que está sendo executada fora do limite do lote em questão, em área pública destinada ao recuo, caso em que é previsto o desmonte ou demolição (…), por usurpação ou invasão de bem público”.

Naquele mesmo dia, Alves mandou mensagem a um interlocutor questionando se Romário “estava calmo” e “havia ficado feliz”.

O homem responde que sim: “Segurou o assunto dele”.

No dia seguinte, a mesma pessoa informa Alves sobre reportagem do “Globo” que revelava a autorização para a demolição.

G1

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