Moraes cita movimentação atípica de escritório de Ricardo Salles

Ministro do meio ambiente tem 50% de escritório que movimentou R$ 14 milhões. Informação foi usada para quebra de sigilo

Na petição 8975, tornada pública nesta quarta-feira (19), o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) descreve como extremamente atípica movimentação financeira do escritório de advocacia que tem como sócio o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

A movimentação de R$ 14 milhões, exatos R$ 14.162.084, entre janeiro de 2012 a junho de 2020, citada por Moraes está em relatório do COAF e fui usada com uma das justificativas para a quebra dos sigilos bancário e telefônico do ministro Salles.

O ministro também cita operações suspeitas de outros investigados nos autos.

“Ressalto, por oportuno, que o relatório envolvendo o agente público com prerrogativa de foro (Ministro do Meio Ambiente) indicou movimentação extremamente atípica envolvendo o escritório de advocacia cujo Ministro de Estado é sócio (50%), durante o período compreendido de 01/01/2012 a 30/06/2020, em valores totais de R$ 14.162.084,00 (catorze milhões, cento e sessenta e dois mil e oitenta e quatro reais), situação que recomenda, por cautela, a necessidade de maiores aprofundamentos. Sendo assim, tenho por atendidos os pressupostos necessários ao excepcional afastamento da garantia constitucional dos sigilos bancário e fiscal”.

A petição faz parte das decisões de Moraes desta quarta-feira (19) após operação da Polícia Federal em alvos ligados ao ministro Salles, que teve ainda o afastamento do presidente do Ibama e a reabertura do inquérito sobre a fala de “passar a boiada”.

Salles classificou a operação como desnecessária.”Essas medidas são desnecessárias, na medida em que o ministério e todos os funcionários poderiam ter ido, se chamados, à Polícia Federal”, afirmou.

R7

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