Juiz, advogados e até ex-policiais: esquema causa prejuízo de mais de R$ 18 milhões a vítimas

Uma quadrilha que contava com a participação de um juiz causou um prejuízo de pelo menos R$ 18 milhões por meio de histórias mentirosas contadas na Justiça. Foi o que mostrou o programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo (24).

O esquema está sendo denunciado ao Ministério Público e teria como um dos líderes o juiz Levine Raja Artiaga, que seria responsável por decisões que beneficiaram estes criminosos.

Para não se expor, o juiz teria contato apenas com uma pessoa da quadrilha, responsável por conversar com os oito advogados que cuidavam dos falsos processos e lhe encaminhavam o dinheiro do golpe.

O esquema contaria ainda com dois ex-policiais, que tinham a função de escolher as vítimas, sempre pessoas com contas bancárias volumosas e sem movimentação há algum tempo.

O golpe consistia em fazer com que o dinheiro destas contas fosse transferido para os “clientes”, que se beneficiavam das decisões arranjadas de Artiaga.

Decisões de Artiaga eram fundamentais para o golpe - Foto: Getty Images
Decisões de Artiaga eram fundamentais para o golpe – Foto: Getty Images

A Procuradoria-Geral de Justiça de Goiás está levantando as decisões do juiz, e os promotores já encontraram ao menos 43 suspeitas. Em seis delas, foram comprovados diversos crimes, como corrupção.

Somados os crimes, Artiaga pode ser condenado a até 240 anos de prisão. Ele já foi afastado do cargo em duas oportunidades, sendo a última mais recente ainda em curso.

Em nota à Globo, a defesa do juiz afirmou que ele foi vítima da quadrilha e não percebeu a falsificação dos documentos que influenciaram suas decisões.

Apresentadora foi uma das beneficiadas pelo esquema

Apresentadora de um programa de televisão na TV local de Inhumas, em Goiás, Eucrídia Barbosa da Silva, de 44 anos, foi uma das beneficiadas pelo esquema.

A mulher, que nas redes sociais se declara ao pai biológico, afirmou na Justiça desconhecê-lo. Ela pediu o reconhecimento de paternidade socioafetiva pela convivência com o francês Roger Lavallard, que morreu em 2010. O detalhe é que Eucrídia nunca o conheceu.

Por meio do esquema, porém, ela conseguiu o reconhecimento e passou a chamar-se Eucrídia Barbosa da Silva Lavallard. Seis dias depois, conseguiu acesso à conta milionária do rapaz, que era professor da USP e sequer tinha família no Brasil.

Irmão de Eucrídia, Niemier Barbosa também foi beneficiado pelo golpe. Ele entrou na Justiça pedindo para ser reconhecido como filho de uma mulher que nunca conheceu, conseguiu e ganhou acesso à conta de R$ 2,4 milhões dela.

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