Em semana decisiva, depoentes desafiam CPI

Comissão parlamentar de inquérito teme descrédito e avalia estratégia para encarar depoimentos blindados pelo STF

O jogo de ganha-ganha inaugurado há duas semanas pela CPI da Pandemia sofreu um arranhão importante com a decisão do STF de autorizar o silêncio de Eduardo Pazuello para permitir que o ex-ministro não produza prova contra si mesmo. O general ganha um recurso para manter o autocontrole diante da pressão e de provocações, mas não a garantia de que sairá ileso da sessão desta quarta.

Diante da avenida aberta pelo ex-ministro da Saúde, outros depoentes, como Mayra Pinheiro, servidora da pasta conhecida pela defesa pública da cloroquina, lançam mão o mesmo recurso jurídico – o que restringe as chances de apuração da comissão de inquérito e limita sua capacidade de desgastar políticamente o governo. O perigo do descrédito já preocupa a ala conhecida como G7, na CPI – o grupo de senadores oposicionistas e independentes que controla os trabalhos.

O Planalto tem razões para se preocupar com o depoimento do ex-chanceler Ernesto Araújo, também previsto para esta semana. O ex-auxiliar de Bolsonaro, que viveu experiência traumática na última audiência pública no próprio senado – episódio que culminou com sua demissão – terminou abandonado politicamente após deixar o governo. Nas redes sociais mudou de tom. Reagiu ao abandono e à humilhação pública acentuando ainda mais o discurso ideológico. Seu depoimento é considerado o mais imprevisível da semana.

R7

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