Eles vendiam produtos de limpeza na Kombi e hoje são sócios de 30 franquias

Fundadores da Ecoville criaram a holding de franqueadoras 300 Franchising e acabam de lançar um livro com a trajetória empreendedora. Obra tem depoimentos de nomes como Luiza Trajano

Um império de R$ 1 bilhão foi criado pela família que tem Castelo no sobrenome: o pai Edmar e os filhos Leandro e Leonardo começaram vendendo produtos de limpeza em uma Kombi, e 2007, e hoje são donos da rede de franquias Ecoville, que soma 320 unidades em 16 estados brasileiros.

No ano passado, eles criaram a holding e aceleradora 300 Franchising, que já tem 30 franqueadoras no portfólio, que somam 2 mil unidades e um valor total bilionário. O objetivo do grupo é desenvolver marcas franqueadoras e expandir essas redes para que cheguem a 300 unidades.

A ideia surgiu no final de 2018, quando um ex-gerente de marketing da Ecoville foi trabalhar em uma franqueadora de alimentação, a Calzoon, e pediu ajuda a Leonardo para estruturar a expansão da rede. No meio do caminho, a empresa propôs sociedade à Ecoville para ajudar a acelerar a abertura de unidades. “Topamos o desafio”, diz Leonardo. De acordo com ele, desde junho de 2019, quando a parceria começou, até agora, já foram mais de 190 unidades vendidas.

A parceria com a Calzoon chamou a atenção de outras redes, que também procuraram pela ajuda da Ecoville para crescer. A segunda a entrar foi a Mais Top Estética, que também já soma mais de 100 unidades. A única condição dos fundadores da Ecoville para entrar nos negócios é se tornarem sócios das marcas.

A seleção é criteriosa. “A cada vinte propostas que recebemos, damos um ‘sim’.” Os pilares avaliados são o próprio perfil do empreendedor, o potencial de escalabilidade do negócio, ser franquia há, no mínimo, dois anos e ter um bom nível de governança da rede.

Leonardo conta que o objetivo da maior parte das franquias que o procuram é chegar a 100 unidades, com um crescimento orgânico. Ele explica que a própria experiência o ensinou que isso não é o bastante. “A Ecoville entrou em franquias para ser mais um canal, mas a demanda cresceu e eu tive que contratar muitas pessoas. Quando eu estava com 100 unidades, ainda não estava no ponto de equilíbrio. Começamos a recuperar o investimento com 110.”

No início do ano, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) divulgou a listagem das 50 maiores franquias em números de unidades no Brasil. A linha de corte para constar no ranking passou a ser de 321 unidades. Um ano antes, era necessário ter pouco mais de 200.

De acordo com Leonardo, o crescimento no mercado de franquias, no início, precisa ser acelerado, mas responsável. Para isso, é importante que a rede esteja estruturada e tenha um modelo valido. “Se o empreendedor quiser liderar o seu mercado, ele tem que estar disposto a crescer rápido.”

Para desenvolver o modelo da 300 Franchising, a família Castelo visitou aceleradoras de startups e também de franquias, no exterior. O empreendedor conta a experiência que teve ao ver de perto a operação da japonesa Miniso, em Tóquio. A rede está no Brasil desde 2017.

Esse conhecimento de mercado não veio da noite para o dia. Em 2012, quando a Ecoville foi selecionada para o projeto Extreme Makeover, promovido por PEGN, eles conseguiram ter uma visão mais profissional do negócio, que culminaria, três anos depois, na entrada do modelo de franquias. “Foi uma virada de chave muito grande na nossa vida.”

Ao longo desses anos, Leandro e Leonardo receberam o título de Empreendedores Endeavor e também ganharam o prêmio Empreendedor do Ano, da EY. Agora, decidiram compartilhar a história de sucesso em um livro, “Sonhe, Acredite, Faça”, lançado pela Editora Gente.

Capa do livro Sonhe, Acredite e Faça (Foto: Divulgação)
Capa do livro Sonhe, Acredite e Faça (Foto: Divulgação)

Ao final de cada capítulo há depoimentos de mentores que foram importantes na trajetória da família, como Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, Rony Meisler, CEO do Grupo Reserva, Paulo Vieira, coach e presidente da Febracis, e Dorival Oliveira, vice-presidente de franquias do McDonald’s.

Como o varejo é praticamente um organismo vivo, a Ecoville teve de se reinventar e aprender, mesmo com o sucesso. Durante a pandemia, a rede fechou uma parceria com a Centauro para a venda dos produtos de limpeza no marketplace da varejista. “Tivemos que mudar muito o mindset da empresa. Nosso modelo de negócio é venda direta, de uma hora para outra tem que olhar em quantas plataformas vamos estar.”

Leonardo conta que a transição dos franqueados tem sido um desafio, mas que os resultados já inspiraram novos passos. Ele adianta que já está negociando com outras plataformas, como Magalu, Rappi e iFood.

revistapegn.globo.com

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