Em Brasília, um dos atos ocorreu na Esplanada dos Ministérios, com pautas como o combate ao racismo e também com críticas ao governo. Eles começaram por volta das 9h em frente ao Museu Nacional, com manifestantres a pé com faixas e cartazes, de forma pacífica.
Manifestação em Brasília
Adriano Machado/REUTERS – 07.06.2020
Diversos partidos políticos da oposição ao governo também pediram que não houvesse manifestações pelo grande risco de disseminação do coronavírus. Não havia registro de incidentes nos atos na capital federal até o final desta tarde.
Na capital paulista, grupos contrários ao governo se reuniram no largo da Batata, na zona oeste da cidade, após uma determinação judicial que proibiu que manifestações opostas fossem realizadas no mesmo local e na mesma data. Apoiadores de Bolsonaro fizeram um ato na avenida Paulista.
O ato da oposição fechou um trecho da avenida Brigadeiro Faria Lima no sentido Avenida Rebouças, próximo ao metrô. Manifestantes ocuparam parte da Praça que vai até o quarteirão da Igreja Paróquia Nossa Senhora de Monte Serrante.
Protesto contra o presidente no largo da Batata
Leo Orestes/FramePhoto/Folhapress – 06.07.2020
A grande maioria dos manifestantes estava de máscara, mas ninguém respeitou o distanciamento de dois metros. Um carro de som foi compartilhado entre os líderes do ato – torcedores, líderes estudantis da UNE e ativistas do Conlutas (ligado ao Psol).
Por volta das 16h, o grupo se dividiu e parte dos manifestantes seguiu pela Rua dos Pinheiros. Durante a caminhada, houve um princípio de tumulto e um pequeno grupo depredou uma agência bancária. A confusão foi contida pelos próprios organizadores do ato e o grupo seguiu caminhando de forma pacífica.
Por volta de 18h, a PM fazia uma barreira de contensão na Rua dos Pinheiros, na altura da Rua Mateus Grou, próximo à estação de Metrô Fradique Coutinho, para impedir que os manifestantes seguissem para a Avenida Paulista, onde os apoiadores do governo Bolsonaro estavam.
O grupo a favor de Bolsonaro se reuniu na esquina da Avenida Paulista com a Rua Pamplona, próximo ao prédio da Fiesp. Manifestantes carregavam faixas que pediam “intervenção militar” e com críticas ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Com bandeiras do Brasil e do Estado de São Paulo, os manifestantes ficaram a maior parte do tempo sobre a calçada, na esquina, sem número suficiente para ocupar as faixas de trânsito. O grupo se dispersou por volta das 18h.
Além de pedir “intervenção militar com militar no poder”, alguns manifestantes favoráveis ao presidente defendiam interesses de suas categorias profissionais. Duas pessoas carregavam uma faixa que pedia a reabertura de barbearias na cidade. Não houve registro de ocorrências policiais.
No Rio, uma multidão vestida de preto e usando máscaras de proteção contra tomou nesta tarde uma das pistas da Avenida Presidente Vargas, no centro, para protestar contra o racismo e a violência policial nas favelas da cidade. “Eu tô de preto, de favelado, que todo dia na favela é assassinado”, era um dos principais gritos de guerra durante o trajeto aberto pela faixa “As mães negras não aguentam mais chorar”.
Protesto em defesa de vidas negras no Rio
Ricardo Moraes/Reuters – 07.06.2020
O ato homenageou menores mortos nas favelas por policiais, como Ágatha Félix, no ano passado; João Pedro, morto este ano; Marcos Vinícius, em 2018; e Maria Eduarda, em 2019, além de lembrar o assassinato até hoje sem esclarecimento da vereadora Marielle Franco, há dois anos. Por volta das 16h, todos deitaram no chão simulando corpos mortos por policiais e gritaram a frase que ficou marcada nos protestos de todo mundo, “Vidas negras importam”. Quem ficou em casa, se manifestou pela janela. O ato terminou com os manifestantes sendo acompanhados durante toda a dispersão até a entrada do metrô.
Manifestantes expressam apoio ao presidente em Copacabana
Pilar Olivares/Reuters – 07.06.2020
Os apoiadores do presidente se concentraram de manhã no posto 5, na praia de Copacabana, na zona sul da cidade, e fizeram uma caminhada pela orla. Uma das faixas anunciava a Marcha da Família Pró Bolsonaro com Deus, que defendia também “intervenção popular com o Executivo”. As cores predominantes eram o verde e amarelo das camisetas dos manifestantes e de bandeiras do Brasil.
Na capital paraense, 96 adultos foram detidos e 16 adolescentes apreendidos logo após o início do ato, marcado para as 9h no Mercado de São Brás. De acordo com Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social, parte deles portava material proibido e parte foi detida por desrespeitar a regra de distanciamento social.
Manifestantes reagiram de forma pacífica ao serem detidos em Belém
Marx Vasconcelos /Futura Press/Folhapress – 07.06.2020
Segundo a secretaria, o aparato policial registrado em diversos vídeos compartilhados nas redes sociais atuou em cumprimento ao Decreto Estadual n° 800, que proíbe a aglomeração de grupos com mais de dez pessoas. A medida foi adotada no fim de maio, como forma de evitar a propagação da covid-19.
Ainda de acordo com a pasta, algumas pessoas abordadas portavam materiais explosivos, máscaras, rojões, spray para pichação, escudos, produtos inflamáveis, além de faca, trouxinhas (pacotes) com pólvora, balaclava (touca ninja) e máscaras que escondiam os rostos, impedindo que fossem identificadas.
Os detidos foram conduzidos à delegacia para prestar depoimento e liberados em seguida. Houve protesto também na porta da delegacia. Não houve registros de outros incidentes durante a manifestação.
R7