Alimentação saudável modifica estratégia da indústria de alimentos

“A palavra processado, hoje, é o demônio da indústria de alimentos”. É assim que Fernando Fernandez resume a revolução pela qual passa o setor alimentício. E desse demônio ele entende bem. Presidente da Unilever Brasil, Fernandez está há 30 anos na empresa, uma das gigantes do ramo, dona de marcas como Kibon, Hellmann’s e Maizena. Enquanto no passado essa indústria costumava lidar com uma ou poucas demandas de cada vez, agora ela tem de enfrentar várias delas ao mesmo tempo. Há aqueles que querem tudo o mais natural possível, os que fazem questão dos orgânicos e aqueles que querem fugir de açúcar e sal, para não falar dos vegetarianos e veganos. “A indústria alimentícia passa por um movimento sísmico”, diz. “Ela está muito diferente de dez anos atrás. Há o risco de grandes marcas de alimentação estarem com os dias contados”.

No meio desse furacão, a principal resposta da Unilever (e não só dela) tem sido apostar na sustentabilidade: alimentos mais saudáveis e de menor impacto ambiental. “O consumidor irá premiar as marcas transparentes, autênticas e com propósitos muito claros”, afirma Fernandez.

Os números da multinacional fazem coro ao argumento. Em 2017, as marcas com propósito da Unilever, como a Ben&Jerry’s, aumentaram suas vendas 46% a mais do que o restante do negócio e entregaram 70% do crescimento da companhia. Não é à toa que o setor tem se movimentado para fazer aquisições de empresas menores e craques em conquistar fãs. Em 2017, a própria Unilever comprou a produtora de alimentos naturais e orgânicos Mãe Terra. A Ambev adquiriu a fabricante dos sucos Do Bem, em 2016, e a Coca-Cola fez o mesmo com a Verde Campo, pioneira no Brasil em produtos sem lactose.

Fonte: Portal New Trade

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