Itens de beleza ganham novos públicos dentro das drogarias

As farmácias no País ganharam nos últimos anos um impulso com a venda de produtos de beleza e cuidados pessoais. Com a crise, caiu o gasto do brasileiro com este tipo de item nas drogarias, o que exigiu delas adaptação à nova realidade e maior negociação com a indústria para garantir preços competitivos e atrair de volta o consumidor.

“Esse movimento entre a indústria de cosméticos e as grandes redes de farmácias tem acontecido de forma mais intensa ultimamente. Um exemplo disso é o desenvolvimento de embalagens específicas para a exposição dos produtos nas gôndolas das drogarias”, diz o sócio-diretor da consultoria de varejo Telos Resultados, Luiz Muniz.

Para o especialista, a tendência para a venda dessa categoria de produtos é sustentada, em parte, pela reformulação do papel comercial das farmácias no mercado e também de a estratégia de ampliação do público alvo dos itens de beleza e cosméticos. “Esse processo está chegando a outros perfis de consumidores, como por exemplo classes sociais mais baixas. Com esse aumento no fluxo das lojas, há maior necessidade de diversificação no sortimento de itens”, diz.

Essa perspectiva de aproximação entre os players da cadeia também está em linha com o raciocínio do gerente de marketing da fabricante de produtos para cabelo Italian Collor, Décio Alcântara. “Nos últimos cinco anos, os consumidores passaram a considerar a farmácia como um negócio no qual há possibilidade de comprar produtos além de medicamentos. Com isso, no ano passado, desenvolvemos uma linha de produtos apenas para esse tipo de canal”, afirmou Alcântara. Segundo ele, os produtos destinado às farmácias consistem em um kit diferentemente daquele formato convencional de outros segmentos de varejo. “Em setembro, lançamos mais cinco produtos nesse formato para esse canal. Percebemos que os consumidores que foram afetados pela crise econômica deixaram de ir ao salão de beleza, mas não pararam de comprar esses produtos”, afirmou o executivo.Do lado das farmácias, o processo de inserção de mais itens de beleza nas gôndolas também tem sido valorizado.

Outro exemplo de rede com atenção voltada para esse tipo de demanda de mercado é a Ultra Popular. “Tenho notado que não apenas as mulheres têm buscado esses segmento de produto, mas também os homens com a compra de hidratante para a barba e para a pele”, afirmou o proprietário da rede, Luiz Carlos Júnior, ressaltando o fato de que os dermocosméticos representam 5% do faturamento total.

Para o executivo, nos últimos três anos, houve um aumento de 20% a 30% no volume de vendas de cosméticos. “Esse movimento fez com que houvesse necessidade de investimento na disposição dos produtos em prateleiras diferentes, com maior iluminação e no treinamento dos funcionários para abordar o consumidor e informá-lo sobre os cremes”, argumentou.

Fonte: Portal New Trade

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