O advogado piauiense Ney Ferraz Júnior, atual secretário de Economia do Distrito Federal, foi condenado a 9 anos e 9 meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A decisão foi proferida pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), em segunda instância. Os crimes teriam ocorrido entre 2019 e 2022, quando ele presidia o Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do DF (Iprev), período em que teria recebido mais de R$ 1,6 milhão em propina. Com a pena aumentada, o cumprimento deve começar em regime fechado.
A condenação de Ney Ferraz ocorre no contexto da Operação Imprevidentes, que apura irregularidades em contratos do Iprev e o favorecimento de uma empresa paulista. Parte da propina, segundo o Ministério Público, foi repassada à ex-esposa de Ney, Emanuela Ferraz, por meio de depósitos fracionados e boletos bancários, além da compra de um carro de luxo. Emanuela também foi condenada, assim como outros ex-diretores envolvidos no esquema, como Jefferson Nepomuceno Dutra e Rivaldo Ferreira.
Essa não foi a primeira vez que Ney Ferraz e Emanuela foram condenados. Em fevereiro deste ano, ambos receberam penas por lavagem de dinheiro em 166 episódios distintos, totalizando mais de seis anos de reclusão, além da proibição de exercer cargos públicos por mais de uma década. Agora, com a decisão da 1ª Turma Criminal do TJDFT, a situação de Ferraz se agrava com a confirmação e ampliação da pena.
O que diz a defesa de Ney Ferraz ?
A defesa do secretário divulgou nota afirmando que respeita a decisão, mas discorda do julgamento de segunda instância, por considerar que a condenação se baseia em impressões superficiais. Alegam ainda que Ney foi absolvido do crime de corrupção passiva em primeira instância e que pretendem recorrer aos tribunais superiores para reverter a condenação. Reforçam também a presunção de inocência até o trânsito em julgado da decisão.
A empresa Grid, citada nas investigações por envolvimento em transações com o Iprev, também se manifestou. Informou que não é parte no processo penal, não foi acusada, e que apenas forneceu documentos às autoridades para colaborar com as investigações. Destacou ainda que Rivaldo Ferreira, um dos condenados, não faz mais parte do quadro societário da empresa desde fevereiro de 2023.