Terceiro dia terá depoimentos de sobreviventes e testemunhas de acusação e de defesa sobre o incêndio em Santa Maria
O julgamento dos quatro réus acusados de ser os responsáveis pelo incêndio na boate Kiss, que deixou 242 mortos e mais de 600 feridos em 2013, será retomado nesta sexta-feira (3) com o depoimento de sobreviventes.
Pela manhã, serão ouvidas as testemunhas de acusação Daniel Rodrigues da Silva e Gianderson Machado da Silva (que pediram nos autos para antecipar os seus depoimentos). Na parte da tarde, a testemunha Pedrinho Antônio Bortoluzzi (arrolada pela defesa de Marcelo Jesus dos Santos) e a vítima Érico Paulus Garcia.
Os depoimentos são esperados após um dia marcado novamente por emoção e também pela fala de um engenheiro sobre o uso de espuma no isolamento acústico.
Depois de mais de uma hora de interrogatório do Ministério Público, a advogada Jéssica Montardo Rosado passou mal e teve de ser levada para uma sala restrita do Foro Central I de Porto Alegre. Jéssica chorou e se mostrou abalada em diversos momentos do depoimento à promotora Lúcia Helena e ao juiz Orlando Faccini Neto.
Após um intervalo para o almoço, o destaque ficou por conta do depoimento do engenheiro civil Miguel Ângelo Teixeira Pedroso, de 72 anos. Ele afirmou que desaconselhou o proprietário Elissandro Spohr a fazer a reforma do estabelecimento com espuma para o isolamento acústico ao realizar um projeto para o espaço em 2011, dois anos antes da tragédia.
“Só um leigo ou ignorante na área poderia achar que espuma seja conveniente dentro de uma boate”, disse ele ao juiz Orlando Faccini Neto.
Linha do tempo da tragédia da boate Kiss
O primeiro dia do julgamento, na quarta-feira (1º), foi marcado por tensão e choro. Um desses momentos ocorreu na chegada do produtor musical Luciano Bonilha, de 43 anos, por volta das 9h. Abalado ao subir as escadas do prédio do Foro Central I de Porto Alegre, o músico disse à imprensa, aos gritos: “Eu não sou assassino.”
O julgamento acontece quase nove anos após a tragédia de Santa Maria.
R7