Toffoli autoriza PF a ouvir ministro da Educação sobre entrevista

Milton Ribeiro afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que homossexuais vêm de famílias desajustadas e disse não ver com bons olhos professores trans

Após pedido de abertura de inquérito do vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, o ministro do STF Dias Toffoli determinou que a PF (Polícia Federal) ouça o ministro da Educação, Milton Ribeiro, sobre um suposto crime de homofobia em declarações dadas em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.

Em seu despacho, Toffoli determina que Ribeiro preste depoimento à PF para só então se saber se é necessária a abertura de inquérito. “Com o objetivo de preparar e embasar juízo de propositura, ou não, da ação penal respectiva, indica-se, desde já como diligência inicial a ser cumprida pela Polícia Federal, mediante autorização de Vossa Excelência, a inquirição do titular da pasta.”

No texto publicado pelo jornal em 24 de setembro, o ministro atribui a homossexualidade de jovens a “famílias desajustadas”.

“Quero pacificar e ouvir a todos no MEC”, diz Milton Ribeiro

Na mesmo entrevista, Ribeiro afirmou que deve rever o currículo do ensino básico e promover mudanças em relação à educação sexual. Segundo ele, a disciplina é usada muitas vezes para incentivar discussões de gênero. “E não é normal. A opção que você tem como adulto de ser um homossexual, eu respeito, mas não concordo”, afirmou ele, que também disse ter “certas reservas” sobre a presença de professores transgêneros nas salas de aula.

Após a publicação, parlamentares e especialistas reagiram duramente à entrevista. O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) disse que iria ao STF para que o ministro fosse investigado por homofobia. O deputado David Miranda (PSOL-RJ) também pretendia acionar o Ministério Público Federal pelo mesmo motivo.

R7

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