A desconfiança de muitos consumidores que fazem compras pela internet e observavam os preços subirem a cada busca por produtos foi comprovada em uma pesquisa feita pela Proteste — Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. De acordo com o levantamento, no mercado de vendas virtuais, os preços podem variar até 20% de um dia para o outro, quando o consumidor faz a consulta em um mesmo site, Segundo as simulações feitas pela Proteste, um smartphone pesquisado na última quinta-feira, que custava R$ 639 em uma loja virtual, no dia seguinte era encontrado pelo consumidor por R$ 799, no mesmo site.
Em outra simulação, os técnicos da entidade fizeram buscas pelo mesmo produto em diversos sites e constataram variação de até 46%, de uma loja para a outra. Um secador de cabelos, por exemplo, vendido em determinada página por R$ 149,49 podia ser adquirido na concorrente pela metade do preço, a R$ 79.
Fique atento aos cuidados
- Use mais de um dispositivo
Grandes varejistas conseguem identificar o dispositivo utilizado em uma navegação: celular, tablet ou notebook
- Histórico de preços
Prefira comparadores que mostrem os preços de pelo menos os últimos 6 meses
- Desconfie
Cuidado com ofertas imperdíveis nas redes sociais. Entre no site oficial da rede varejista
- Fique anônimo
Os sites sabem a região do consumidor baseados no IP do computador. Assim, podem oferecer preços mais baixos em cidades nas quais a empresa tem centro de distribuição, por exemplo
- Use sites que monitoram preços
Eles alertam caso os valores diminuam. Além de verificar se um produto está com preço acima ou abaixo da média, analisam se um site costuma baixar preços em determinado dia
- Pesquise cupons
Sites especializados em cupons de desconto (Cuponation, Cuponeria e Cupons Mágicos, por exemplo) podem ser fonte de consulta de bons preços
- Opções de pagamento
Inúmeras lojas oferecem descontos à vista. E várias empresas têm parcerias com serviços de cobranças que permitem parcelar sem juros
- Verifique se a conexão é segura
Ao concluir a compra, verifique se o endereço do site muda de “http” para “https”, o que indica mais segurança
- Use comparadores para tentar mais descontos
Acessar um site por meio de um comparador de preços pode garantir desconto de até 5%
“O preço realmente sobe de um dia para o outro. As lojas que são do mesmo grupo, muitas vezes, intercalam os preços mais alto e mais baixo, para passar a sensação de desconto e promoção ao consumidor”, ressaltou Daniel Barros, técnico da Proteste.
Quando você realiza pesquisas por produtos na internet, essas buscas ficam armazenadas nos cookies mantidos por seu navegador. Muitas lojas virtuais usam as informações mantidas nesses arquivos para descobrir no que você está interessado e oferecer o produto específico ou algo semelhante. “Esses algoritmos de precificação estabelecem seus processos de acordo com a demanda do cliente, ajustando o preço. Não é uma coincidência que, depois de uma busca na internet, o consumidor comece a receber propagandas daquele produto em redes sociais ou por e-mail”, explicou André Miceli, coordenador do MBA em Marketing Digital da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Celular exige cuidados
Espera-se que 60 milhões de consumidores comprem no comércio virtual neste ano, com um faturamento de R$ 53,5 bilhões, de acordo com previsões da Ebit, empresa referência em informações sobre o comércio eletrônico brasileiro. A utilização de celulares para realizar as compras também deve continuar crescendo, mas os órgãos de defesa do consumidor alerta que o dispositivo ou o uso de aplicativos requer alguns cuidados.
Entre outras recomendações, é necessário conferir se o programa é confiável, verificar as avaliações feitas por outros usuários e pesquisar a reputação da loja na internet. O Procon Estadual sugere que os consumidores usem apenas os sites que tenham formas de pagamento seguras e prestem atenção em como a página armazena os dados informados pelos clientes. A entidade lembra ainda que, durante a finalização do pedido, é preciso ficar atento à cobrança de frete e ao prazo de entrega.
Fonte: Portal New Trade