A Educafro (Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes) e o Centro Santo Dias de Direitos Humanos, duas entidades relacionadas ao movimento negro, ingressaram na Justiça do Ceará contra a Zara, rede de lojas de roupa, pedindo R$ 40 milhões de indenização por dano moral coletivo.
De acordo com Márlon Reis, advogado que representa as ONGs na ação, “não é um ponto isolado da Zara. Existe uma posição do comércio, especialmente das lojas situadas em shoppings, em lugares ‘sofisticados’, em que há evidentemente uma política de branqueamento da clientela.”
O caso, que gerou a ação, aconteceu no dia 14 de setembro, quando Ana Paula Barroso, delegada e diretora-adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis da Polícia Civil do Ceará, relatou ter sofrido a discriminação racial em um shopping de Fortaleza.
Segundo Ana Paula, na situação, o funcionário disse que a impedia de entrar na loja da Zara por uma suposta determinação da segurança do shopping.
De acordo com representantes da Zara, a ação do funcionário se deu porque a advogada estava tomando sorvete no momento que entrava no local, utilizando a máscara de forma inadequada e, portanto, contrariando os protocolos exigidos contra a covid-19.
Ana Paula confirma que estava tomando sorvete na ocasião, mas também afirma que teria questionado o funcionário se esse era o motivo que impedia a entrada. Contudo, o homem teria apenas repetido que ação era determinação da segurança do shopping.
Após um tempo, ao falar com o chefe de segurança do shopping e retornar à loja, o gerente da Zara confirmou a história da delegada, desculpando-se em seguida.
No dia 20, a Polícia Civil do Ceará foi ao local recuperar as imagens de vídeo do circuito interno de segurança.
As informações são do UOL.