Justiça aceita denúncia contra advogado acusado de ser homofóbico com promotora

Denúncia foi recebida no último dia 8 pela juíza Ana Carolina Munhoz de Almeida.

Na última sexta-feira, 8, a juíza de Direito Ana Carolina Munhoz de Almeida, de São Paulo, aceitou a denúncia do MP/SP contra o advogado Celso Machado Vendramini, acusado de homofobia contra uma promotora durante julgamento ocorrido em 2019. Segundo a magistrada, a denúncia “descreve fatos em tese típicos e vem lastreada em elementos suficientes de convicção”.

De acordo com a denúncia, Vendramini, em plena sessão do 2º Tribunal do Júri da capital, “praticou discriminação e preconceito de raça, compreendido em sua dimensão social (discriminação homofóbica e transmofóbica)”, ao tecer uma série de comentários totalmente desconexos com o julgamento de dois policiais militares que ali transcorria em novembro de 2019, “imbuído de especial ânimo de segregação à orientação sexual e à identidade de gênero do grupo LGBTQI+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, Queer, intersexuais, assexuais e outros)”.

O advogado também foi acusado de ter injuriado a promotora Cláudia Ferreira Mac Dowell, ofendendo a dignidade e o decoro da vítima. Vendramini, conforme consta de laudo transcrito na ação, se dirige à promotora e diz não saber se ela é casada ou não, mas afirma notar uma aliança na mão esquerda dela. E continua:

“O pessoal fala muito da Rússia… eu sô fã do Putin. Sô fã do Putin… lá não tem boi não. Lá não tem passeata gay Rússia não. E os comunistas adoram… né… os comunistas… a-do-ram… Vai sê gay lá na Rússia pá vê o que acontece… o Putin. Eu acho que a… a… a… a democracia da Rússia… é a democracia que eu gosto…”

Na denúncia do parquet estadual, observa-se que, além das ofensas generalizadas, o acusado “ofendeu a dignidade e o decoro da promotora de Justiça que atua perante o egrégio Tribunal do Júri há 17 anos”.

A orientação sexual da promotora, registra a inicial, é pública e notória, por todos conhecida. “Neste contexto, como transcrito, fez a menção à aliança que a vítima utilizava em um dos dedos, comentando que acreditava que a família deveria ser preservada, com intuito claro de ofender diretamente a promotora de Justiça, a qual faz parte da comunidade vulnerável acima descrita”.

Migalhas

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