Juiz escreve hino do São Paulo em decisão e usa uniforme do time audiência; TRT apura conduta

Por Yahoo

O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) investiga a conduta de um juiz que vestiu a camisa do São Paulo Futebol Clube durante uma audiência e por ter incluído a letra do hino do time em uma decisão homologada por ele referente a um acordo trabalhista.

Torcedor fanático do São Paulo, o magistrado Diego Petracci colocou a íntegra do hino tricolor em uma decisão judicial, no dia 24 de maio deste ano, dada por ele em cima de acordo trabalhista homologado pela 3ª Vara do Trabalho de Santo André, no ABC paulista.

Para homenagear seu time de coração, Diego escreveu no acordo judicial:

“Em homenagem ao 22º Título Paulista do SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE, este magistrado pede licença às partes e aos patronos para homenagear seu clube do coração”, mencionou

Na audiência virtual em que homologou o referido acordo trabalhista, Petracci entrou na sala de vídeo-conferência vestindo uma camisa do São Paulo Futebol Clube.

Os advogados do empregado e da empresa também participaram da audiência virtual. Na ocasião, o magistrado não estava no Fórum Trabalhista e conduziu a sessão de outro lugar não informado.

Juiz teve procedimento ‘incorreto, falta de decoro, de compostura…’, diz corregedor

A assessoria de imprensa do TRT confirmou que o Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra o magistrado foi aberto pela Corregedoria Regional do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região.

“O procedimento administrativo foi autuado para analisar a conduta do magistrado por ter consignado na ata o hino do São Paulo Futebol Clube e realizar a audiência vestido de forma inadequada com a camisa da referida agremiação esportiva”, informa trecho da decisão de agosto do juiz corregedor Sérgio Pinto Martins, relator do processo contra Diego, segundo o G1.

Segundo o juiz corregedor, “a conduta do Magistrado requerido configurou procedimento incorreto, agindo com falta de decoro, de compostura e em desacordo com o Código de Ética da Magistratura e com o cumprimento dos deveres do cargo”.

O corregedor sugere como punição que a Corregedoria do TRT aplique “a pena de censura” a Diego.

O que diz o juiz acusado?

Por meio de nota, a assessoria do TRT informou ao portal G1 que “juízes de primeiro grau, no entanto, não precisam necessariamente usar toga. Geralmente usam traje formal, de acordo com a tradição forense.”

O juiz do trabalho se defendeu no processo alegando que “não destratou as partes e que não vai mais fazer o ato de colocar hino na ata e de fazer audiência sem paletó ou com camiseta de clube”. E que não foi a sua intenção “desrespeitar as partes, o Tribunal ou a carreira”.

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